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O vice-presidente de Estruturas Metálicas, Marino Garofani, o diretor executivo, Ulysses Nunes e a consultora da ABCEM, Catia Mac Cord, participaram do 32º Congresso Aço Brasil, que ocorreu em São Paulo, de 23 a 24 de agosto, compreendendo cinco painéis e uma conferência sobre o cenário político, reunindo presencialmente 518 participantes e 40 jornalistas assim como 229 adesões on-line.
Marcos Faraco, Presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil e Vice-presidente da Gerdau Aços Brasil, Argentina e Uruguai, passou a presidência do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil para Jefferson De Paula, Presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM. Sérgio Leite de Andrade, Presidente do Board Usiminas, assumiu o cargo de Vice-Presidente do Conselho Diretor. (mandato 2022 – 2024)
O evento contou com a presença do Presidente Jair Bolsonaro e reuniu os principais stakeholders da indústria do aço, entre ministros, membros do Governo, dirigentes do setor e diversos especialistas, para debater as perspectivas e a importância do setor para a economia brasileira.
O Presidente Jair Bolsonaro afirmou que “Um dos grandes indicadores do desenvolvimento de uma nação é o consumo de aço do país, então, o trabalho exercido pelo Instituto Aço Brasil é de fundamental importância” e discorreu sobre importantes medidas tomadas em seu governo, em intenso diálogo com o setor. Por considerar oportuno, ele convocou o presidente do Inmetro, Marcos Guerson, a expor sobre o Modelo Regulatório que foi publicado em março/2022 segundo os princípios da Lei de Liberdade Econômica, como instrumento imprescindível ao fortalecimento da atividade regulatória do Instituto.
Já Marcos Faraco ressaltou a previsão de investimentos R$ 52,5 bilhões de 2022 a 2026 em modernização e aumento de produtividade, após o enfrentamento dos desafios que se apresentaram nos últimos dois anos - a pandemia, que reduziu em mais de 70% a demanda por produtos provenientes da indústria do aço e, posteriormente, o reflexo negativo das restrições de circulação na China e a guerra Rússia x Ucrânia, com impactos sentidos em todas as economias do planeta. Faraco anunciou agenda estratégica do Instituto Aço Brasil contendo propostas de medidas estruturantes voltadas para o crescimento do país.
O Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, também participou da abertura e explicou como o Governo tem incentivado o caminho para a nova economia verde, com menos emissões de poluentes até 2050. “Entre os nossos propósitos está a triplicação da geração de energia solar e eólica para produção de energia cada vez mais limpa.”
foto: Imprensa Aço Brasil
No Painel 1 sobre o impacto global da nova ordem econômica mundial, coordenado por André Johannpeter, foi contextualizada a realidade da indústria do aço. Há migração do mundo antes globalizado para a regionalização, onde muitas indústrias precisam lidar com o custo da produtividade sendo preciso estar atento às limitações, como seguranças alimentar, energética e tecnológica. O grande desafio é a redução do custo Brasil. Edwin Basson, Diretor Geral do World Steel Association, citou a mudança da filosofia de globalização para regionalização, sendo o aço o responsável pelo elo entre as economias de todo o mundo como impulsionador do desenvolvimento. Stephen Dover, do Franklin Templeton Investment Institute, pontuou que desafios demográficos se somam a questões macroeconômicas para os próximos dez anos quanto às políticas voltadas aos idosos ou filho único, a onda tecnológica e como é usada para aumentar a produtividade. No caso do Brasil, muito tem sido feito, no sentido de aumento de eficiência, e é isso que muitos países precisam fazer. Representando a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite colocou que a competitividade dos nossos produtos tem melhorado significativamente nos últimos anos. Entretanto apenas a classe mais alta tem acesso a veículos novos. A população mantém o uso de veículos com mais de 10 anos de uso, o que significa problema grave em termos de emissão de carbono. Ele destacou que o Brasil está diante da oportunidade da reindustrialização haja vista os obstáculos que se apresentam, como a fabricação de semicondutores e de transmissão automática.
O Painel 2 foi relativo a mudanças climáticas, sob coordenação da jornalista Juliana Rosa. Ela lembrou os desafios que se apresentam a partir das metas do Acordo de Paris de redução das emissões de gases de efeito estufa. Nesse contexto, a deputada Carla Zambelli comentou sobre a importância do mercado de crédito de carbono para o Brasil. Projeto de lei vem sendo discutido junto à indústria, ONGs, mercado financeiro e diversos consultores para o desenvolvimento do texto que não pode ter viés político. Segundo ela, a chave para que a proposta seja bem-sucedida é evitar a super regulamentação e a super tributação em cima dos diversos setores da indústria. Em outra frente, ela lembrou a 2ª fase da Operação Guardiões do Bioma envolvendo diversos órgãos governamentais dividida em dois eixos: Operação Guardiões do Bioma – Combate a queimadas e incêndios florestais e Operação Guardiões do Bioma – Combate ao desmatamento ilegal. Já o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, trouxe para a discussão fatores decisivos para o futuro. Destacou que o país possui 21 gigawatts de energia eólica, mas o objetivo é alcançar 60 gigawatts, assim como a energia solar tem uma projeção de saltar de 14 para 60 gigawatts. Para Leite, o mais importante tem sido definir um ambientalismo racional, unindo ao setor privado os ministérios do Meio Ambiente, da Economia e da Ciência, Tecnologia e Inovações. Lembrou que a neutralidade climática não significa estagnar a indústria, mas sim trabalhar em prol do mercado regulatório, transparente e que não seja obrigatório. Marcelo Chara, presidente executivo da Ternium, aproveitou o gancho para ressaltar como o Código Florestal Brasileiro é severo e que a indústria do aço é parte da solução do processo de descarbonização. No Brasil, um exemplo de iniciativa para tornar a indústria mais eficiente, seria a duplicação do uso de sucata e maior disponibilização de gás natural. O aço importado contém CO2 enquanto a sucata exportada contém O2. Em sua apresentação, o representante da McKinsey destacou a demanda por capital e energia e que globalmente, o cenário provável é que a transição da indústria siderúrgica para net zero ocorra em 2050-2070 mas, em termos comparativos, o Brasil está em situação mais favorável. Diante desse cenário, painelistas convergiram no entendimento de que o país tem grande potencial de promover transformação tecnológica que acelere a superação de desafios ambientais.
Moderador no Painel 3 sobre o papel estratégico da indústria do aço no desenvolvimento econômico, Marcos Faraco ressaltou que há grande desafio para destravar o consumo de aço per capita no Brasil, que se mantém em 100 kg/habitante, inferior, por exemplo, ao do Chile e do México. Já o Almirante Flávio Rocha reforçou que o governo trabalha em plano estratégico para o país. A política nacional de longo prazo será encaminhada ao Congresso composta de 69 objetivos. A agenda nacional estratégica 2050 deverá ser publicada em breve por decreto. O aço está presente em metade dos objetivos dessa agenda, assim como também das diretrizes nacionais estratégicas. Ele elencou diversas leis e marcos legais aprovados que oferecem perspectivas para que o investidor acredite no Brasil. Daniella Marques, presidente da CAIXA confirmou a intenção de se transformar o Brasil em polo de semicondutores. A CAIXA hoje tem 53 projetos na carteira, que juntos contratam R$ 19 bilhões de investimento. A intenção é que esse número se transforme em 400 projetos, 28 mil empreendimentos e R$ 195 bilhões em investimento, sendo de R$ 17 a 20 bilhões em demanda de aço. Alexandre Ywata, secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, reafirmou a importância da indústria do aço para o crescimento do país, em especial quando se contempla os projetos em estudo em todos os setores econômicos. “Hoje temos R$ 370 bilhões de investimentos em projetos em estado avançado de estudo. Temos dever de casa grande pela frente. Entendemos que o papel do aço é fundamental como motor de toda essa produção”. Para complementar, o ex-senador Armando Monteiro lamentou a perda de impulso do crescimento da economia brasileira, principalmente da indústria, desde a década de 80, mas vê caminhos para uma reconquista de espaço. “Há um quadro de estagnação da produtividade. A agenda vai além de ciclos políticos e há papel importantíssimo a ser assumido pela liderança empresarial e metas que a sociedade precisa ter claro: redução do custo Brasil, ampliação dos investimentos em infraestrutura, redução de despesas discricionárias para o setor público poder investir. A agenda microeconômica avançou mas a reforma tributária não”, concluiu.
Marco Polo comparou a evolução das vendas internas com os eventos macroeconômicos, com a Selic e com o PIB. Demonstrou a correlação entre PIB e consumo de aço. Segundo o comparativo de 1980 a 2021, ele apontou que o consumo per capita no Brasil passou de 100,6 a 122,3 kg/habitante. Já a China, no mesmo período, teve um crescimento de 32 para 666,5 kg/habitante. “O baixo consumo per capita estaria relacionado à falta de demanda muitas vezes associado erroneamente à falta de oferta. Como dobrar o consumo per capita?”, questionou.
Em seguida, Marco Polo lembrou o diagnóstico veiculado em novembro/2019 demonstrando o chamado custo Brasil – conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem e comprometem novos investimentos e pioram o ambiente de negócios. Foi identificado custo anual R$ 1,5 trilhão, 22% do PIB nacional. No âmbito do Ministério de Economia, desde então, há programa de melhoria contínua da competitividade contemplando mudanças legais ou infra legais necessárias. “A FGV foi contratada para acompanhar as mudanças”, informou Marco Polo para em seguida questionar “Que fatores reduzem a competitividade do setor?”
Os participantes do painel enfatizaram a urgência das soluções necessárias para resolução dos problemas identificados pois travam a abertura comercial e deixam o Estado pesado, custeado por brasileiros. Entretanto, já há indicativos de que medidas estão sendo tomadas e a FGV deverá identificar os resultados. Jorge Gerdau apelou aos diversos setores empresariais que se mobilizem para a redução do custo Brasil objetivando alavancar a competitividade dos produtos nacionais, acrescentando que a guerra é política e o país não conhece esse custo.
Marco Polo, em seguida, contextualizou a situação do mercado internacional no ambiente da guerra Rússia e Ucrânia, o excedente de capacidade mundial de 518 milhões de toneladas de aço e os processos de defesa comercial. Daí, colocou a questão “Existe risco de desvio de comércio para o Brasil?”
Fonte e foto: Imprensa Instituto Aço Brasil
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