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O diretor executivo da ABCEM, Ulysses Barbosa Nunes (primeiro da esquerda para à direita), prestigiou o evento em comemoração ao 50º aniversário da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) São Paulo. O professor Alexandre Vasconcelos, da Engeduca, também participou do da comemoração.

A festa do jubileu de ouro ocorreu em 26 de junho, no Theatro São Pedro, na Barra Funda (SP), e contou com apresentação da Banda Filarmônica de São Paulo (BanFilSP). O encontro reuniu ex-diretores da unidade e atuais diretores das outras 75 Fatecs do Estado de São Paulo, e contou com homenagens.

A Fatec São Paulo oferece 16 cursos (um deles EAD e 15 presenciais). Hoje, são 6.500 alunos na modalidade presencial e na EAD, mais 6 mil, totalizando 12.500 alunos.  “A instituição recebe ingressante, na sua maioria, das classes C, D e E, economicamente falando, recebemos muitos alunos vulneráveis sócio economicamente, e atende a todos eles, com várias dificuldades, tanto do ponto de vista sócio econômico quanto da própria questão do conhecimento em si, que têm uma deficiência muito grande. Porém, os insere no mercado de trabalho, três ou quatro anos depois. Diante disso, eles vão para o mercado de trabalho já ganhando um salário muito melhor, muitas vezes muito maior do que a renda de toda a sua família. Então, a gente acaba transformando essa vulnerabilidade social. Para se ter uma ideia, o mercado de trabalho hoje paga ao tecnólogo com pelo menos um ano de formado um piso da ordem de R$ 6.500,00, e depois com uns dois ou três  anos de formado, operando na carreira, pode chegar, facilmente, a R$ 8.000,00, R$ 9.000,00 de salário, atuando como profissional tecnólogo. Mesmo que não opere, não consiga ser colocado, às vezes até pela própria empresa que ele já trabalha, após o curso superior, a empresa o aproveita, muitas vezes até em outra função que não é aquela para qual ele foi formado. Mesmo assim, só o fato dele ter atingido nível superior, ter se formado e ter conhecimento em muitas áreas e com qualidade, consegue salários muito melhores. Assim, a Fatec ajuda nessa transformação social”, destaca o diretor Gois.

Atualmente, a instituição recebe 1.200 alunos todos os semestres para os 16 cursos, pois o curso semestral.  A Fatec São Paulo desponta como uma faculdade de referência nos cursos de tecnologia. É pioneira nesses cursos. “A importância é completa no atendimento dessa população mais vulnerável, que é da ordem de 55% dos nossos alunos. Temos também muitos ingressantes que já têm outras graduações, pessoas mais velhas, que estão retomando agora os estudos. Principalmente no pós-pandemia, muita gente acabou vindo pra Fatec para poder não fica parado. Enfim, é pra pandemia mexeu com todos nós. E, essa modificação que houve trouxe coisas positivas e outras nem tanto.  Além do ponto de vista social, a Fatec coloca no mercado de trabalho mão de obra qualificada, que é o que o mercado hoje ainda necessita bastante. Fazemos esse trabalho com bastante cuidado e competência também, porque os nossos egressos, em média, 90 a 95% conseguem trabalho quase que de imediato e com salários bem acima da média de das profissões correlatas, relata Gois. Ele ressalta que economicamente, a instituição ajuda de forma direta o emprego mais qualificado, melhoria de salário e, ajuda, principalmente a indústria, o comércio, a construção civil e mecânica, a elaborar e desenvolver projetos e empreender as obras e negócios também. Então a gente coloca para economia da Cidade de São Paulo e estado como um todo, profissionais qualificados e soluções tecnológicas, principalmente, no dia a dia, nas obras e nos trabalhos pra aos quais esses profissionais estão colocados. A Fatec São Paulo trabalha diretamente com o apoio, ajuda direta e a realização para uma economia mais forte, mais pujante do estado de São Paulo.

Uma história de vida – “Gostaria de deixar com mensagem a todos os jovens que ainda ficam pensando se deveriam ou não entrar numa faculdade como a Fatec, eu poderia dizer a minha própria história de vida, ela pode resumir bem isso: eu venho de uma família de retirantes nordestinos, de sete filhos, meu pai tinha pouco conhecimento, basicamente era semi analfabeto, tinha estudado até o 4º ano primário. A minha mãe era analfabeta, dona de casa, e a Fatec São Paulo foi a única opção que eu tive de entrar no nível superior, numa faculdade de qualidade e que me oferecesse um futuro melhor, porque eu não podia à época pagar uma faculdade. Eu já trabalhava desde muito cedo e nunca sobrava dinheiro. A Fatec apareceu como uma salvação nesse sentido. Para ser sincero, eu nem conhecia a Fatec, foi um amigo que me indicou. Entrei no curso de Obras Hidráulicas e foi uma transformação impressionante, não só depois que eu me formei que foi óbvio, mas antes, mesmo quando eu comecei a fazer estágio. Pois, hoje um estagiário de qualquer curso, com 30 horas semanais, em média, ganha acima de um salário mínimo, com todos os benefícios. Então, o valor médio que a gente consegue é pelo menos de um  salário mínimo, até mais, dependendo do curso que fazemos e da empresa. Eu tinha poucas opções pra estudar, morava na periferia, não conhecia absolutamente nada, e a Fatec São Paulo, já quando eu comecei a fazer o estágio, melhorou bastante a minha condição financeira. Depois que eu me formei, trabalhei em um laboratório por cinco anos como contratação direta, e depois eu montei uma empresa e fui contratado como PJ (Pessoa Jurídica) por esse laboratório,  onde eu consegui praticamente tudo que eu tenho até hoje (carro, casa própria). Constitui família, e consegui que fosse bem assistida. Como tecnólogo, o meu primeiro salário era quase o dobro do que o do meu pai. Eu achava injusto isso, até porque ele trabalhava tanto e ganhava muito menos que eu, mas isso foi devido à minha formação.

Mensagem – “Para os jovens, deixo a mensagem que pensem com carinho nessa possibilidade de ingressarem num curso de bastante qualidade, que dará um retorno com empregabilidade bastante alta, acima de 90%, e que perseverem. É difícil, obviamente, estudar na Fatec São Paulo, mas estamos aqui para ajudá-los e poder apoiá-los no que  precisarem. É importante essa virada que a gente tenta passar pra eles, que podem dar nas suas vidas e de suas famílias”.

“Este é o recado que eu gostaria de mandar para eles: contem conosco, nos procurem, nos visite. Podemos esclarecer bem todas essas opções de cursos, os laboratórios que nós temos. Exemplo, o jovem gosta tanto de realizar, fazer coisas, temos 54 laboratórios na Fatec São Paulo. Vamos agora implantar o nosso espaço MEI, com tecnologia bem avançada. Não se deixem a bater pelas dificuldades, perseverem, pois é desses profissionais que o nosso País precisa, profissionais qualificados que eles vão se tornar e obviamente, muito bem pagos e recebidos com  muita distinção pelos empregadores.”

No âmbito educacional, fiz mestrado e doutorado na Poli, sendo tecnólogo. Tem vários professores nossos que são doutores e são tecnólogos. Então, eles podem seguir pela carreira acadêmica ou fazer outras graduações em outras áreas de atuação de pós-graduação profissionalizante também, mas o curso é bastante aceito. A USP, Unesp e Unicamp gostam muito dos egressos da Fatec São Paulo, até pela tradição de mais de 50 anos de existência, pela qualidade e conhecimento que esses alunos chegam. Eles se destacam bastante”, finaliza o diretor Josué Gois.