De 02 a 04 de setembro, a ABCEM realizou em São Paulo, o 6º CONSTRUMETAL, com a presença de 2.056 participantes inscritos e 3.221 de público circulante, dentre os quais representantes da indústria do aço, administração pública, cadeia metal-mecãnica, fornecedores, engenheiros, arquitetos e estudantes.
A abertura contou com a participação dos presidentes de entidades da cadeia produtiva da construção em aço: CBIC, ABIMAQ, ABEMI, SINPA, SINAENCO, SOBRATEMA e ABCIC1. Destacada a importância dessa união e da industrialização, pois o grande antídoto para a informalidade é a industrialização. Foram anunciados os vencedores do Prêmio ABCEM. Homenageado o Arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, por sua obra marcada por uso criativo das estruturas de aço, por seu pioneirismo no entendimento do processo de industrialização da construção, por priorizar os conceitos de sustentabilidade e por sua dedicação à boa arquitetura.
Em paralelo ao Congresso, ocorreram as Sessões Tecnocientíficas (sob coordenação de professor da EP USP e segundo critérios acadêmicos). Objetivando atender demandas específicas, foram promovidos dois workshops (um sobre Light Steel Framing e outro sobre Estruturas Tubulares de Aço, com distribuição e apresentação de visão geral da nova norma NBR 16239:2013). O curso Elementos de Projeto para Pontes Rodoviárias Mistas Aço-Concreto trouxe conceitos do projeto da norma em discussão em Comissão de Estudos do comitê de Construção Civil da ABNT. Na Exposição, 48 entidades e empresas da cadeia produtiva da construção em aço estiveram presentes. Seis empresas foram responsáveis por patrocínios especiais.
Com o objetivo de assegurar a qualidade no setor de estrutura metálica, promover a melhoria e diferenciação das empresas dando maior segurança ao cliente e fortalecer a imagem do sistema construtivo em aço no mercado da construção, foi lançado o Selo de Excelência ABCEM.
As três palestras máster (Ruy Ohtake, Anthony Summers e Marcel Blom) trouxeram visões das boas práticas e da integração entre o cliente, a indústria e o projeto, apresentando construções em aço que tornaram o mundo melhor, considerando valores sociais, estéticos e ecológicos.
A grade de painéis foi elaborada pensando em provocar e motivar toda a cadeia para discutir as perspectivas e os desafios da construção em aço, tema do Congresso.
O primeiro painel "Rio de Janeiro: Explorando as Transformações da Cidade Olímpica e do Porto Maravilha" colocou em evidência as possibilidades de uma cidade mais sustentável, promovendo maior capacidade viária, reurbanização e novo paisagismo. O aço oferece uma arquitetura móvel que poderá ser alterada ou adaptada.
O ritmo acelerado que o aço oferece na construção de múltiplos andares, as vantagens tecnológicas das pontes em aço e mistas, a escolha acertada do uso do aço em aeroportos, os sistemas de proteção do aço, as perspectivas da transmissão de energia no país e os desafios da exploração offshore no Pré-Sal, foram temas expostos e debatidos para demonstrar as possibilidades que o país oferece.
Importante questão - baixo consumo per capita de produtos siderúrgicos no Brasil, que se mantém na faixa dos 100 kg/hab. há mais de 30 anos - foi avaliada. O Prof. Dr. Eduardo Maróstica, da Fundação Getúlio Vargas expôs sobre visão estratégica de marketing voltada para a análise crítica, exploração e ampliação do mercado e deu o tom para que painelistas debatessem como aumentar o consumo do aço na construção no Brasil.
Destacado o crescimento da construção em aço no país. Embora mais competitiva, houve o aumento de importações de estruturas, facilitadas por custo Brasil e real valorizado. Alertada a possibilidade de inclusão de novos sistemas construtivos nas licitações de obras de edificações realizadas ou subsidiadas com recursos públicos (habitação, escolas, hospitais etc.). é preciso evitar limitações ao uso do aço em licitações e nas concessões de obras de infraestrutura, que precisam ser mais rigorosas e preservar efetivamente o conteúdo local. Ficou claro que há muito trabalho a ser desenvolvido pela ABCEM em relação ao poder decisório. No tocante à comprovação de desempenho, a partir da entrada em vigor da norma NBR 15575, todos os sistemas construtivos serão impactados. Por trás dela está nossa existência futura e certamente os sistemas industrializados não terão dificuldades em atendê-la.
A expressão tecnológica ainda está em construção no Brasil. A formação sem tendências é necessária. O "aço" não é, ainda, plenamente conhecido e ensinado nas universidades brasileiras. Mas não existe corrente mais forte do que seu elo mais fraco; esse é o elo fraco. A falha genética não se recupera. Enfatizada a importância de se valorizar o projeto, que tem caráter técnico, íntegro. Projeto, dessa forma, é critério não compreendido no Brasil. O Judiciário desconhece que projeto antecede à obra, não é a obra.
Oportuna foi a referência ao GT criado sob coordenação da ABDI com o objetivo de discutir e propor ações de fomento à industrialização da construção de edificações no país, visando agregar produtividade, sustentabilidade, qualidade na execução das obras e desempenho das edificações. Sugestões de medidas para redução tributária, fomento a implantação de equipamentos urbanos pré-engenheirados em design modular e qualificação de mão de obra serão debatidas.
é preciso crescer para melhorar, se antecipar, se prevenir e não ser simplesmente reativo.
Então ABCEM precisa continuar trabalhando nesse sentido.
Referência
1CBIC- Câmara da Indústria da Construção; ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos; ABEMI - Associação Brasileira de Engenharia Industrial; SINPA - Sindicato da Indústria de Parafusos, Porcas e Rebites; SINAENCO - Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva; SOBRATEMA - Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração; ABCIC - Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto